Associações Portuguesas

Tem curiosidade em perceber qual a importância das associações portuguesas para o processo de nacionalidade? Este artigo é para si!




O cidadão português foi e sempre será um viajante do mundo. E se no ano de 1500 chegou ao Brasil de caravela, nos finais do sec. XIX e primeiras décadas do séc. XX, viajou até ao Brasil de barco a vapor e de passaporte em riste na procura de uma vida melhor. Na verdade, o fluxo migratório de Portugal para o Brasil começou bastante cedo, existindo registos de emigração datados de 1835.
Porém foi durante as décadas de 10 e 20 e posteriormente, 50 que esse fluxo se adensou.

Com a crise europeia e as duras guerras mundiais, muitos emigrantes Portugueses tentaram alcançar o sonho das Américas, e como tal optaram por emigrar para o Brasil, sobretudo pela proximidade cultural e linguística. Mas o cidadão português é sui generis - apegado as origens - continua a sonhar com Portugal e continua a manter um laço estreito com os parentes, com os costumes, com os clubes, com a dança e com a música portuguesa. A tal palavrinha sem tradução, saudade! Saudade do seu país e dos seus hábitos.

Todavia, o emigrante português não pode viajar amiudamente a Portugal como gostaria.  Ir a Portugal era - naquelas décadas - uma viagem longa e que só poderia ser feita após decorrido algum tempo e muito esforço árduo. Assim, os portugueses para comutar essa saudade começaram a formar pequenos grupos entre si - associações- que tiverem e tem por principal objetivo o cultivo e a manutenção dos costumes e tradições portuguesas.
No fundo associações são instituições que promovem a integração no país da sua sede e simultaneamente fomentam a manutenção das tradições do país de origem. Pelo que normalmente são instituições culturais, recreativas, assistências ou económicas.

Aliás, as primeiras associações portuguesas são até anteriores à diáspora migratória dos sécs. XIX e XX, datando-se a primeira de 1543 em Santos (Casa da Misericórdia).
Porém, foi já no séc. XX que se criaram e se desenvolveram grande parte das associações que hoje conhecemos e que ainda se mantém em funcionamento, como por exemplo a Câmara Portuguesa de Comércio de São Paulo (inaugurada em 1912) e a Casa de Portugal em São Paulo (inaugurada em 1935), entre tantas outras no Rio de Janeiro, Porto Alegre e muito mais.
Estas associações tiveram uma grande importância para os emigrantes portugueses, permitindo que os mesmos mantivessem contato constante com o seu povo, cultura e tradições. E o mais interessante é que estas instituições acolheram não só o emigrante nascido em Portugal, mas depois também a sua família futura, como filhos e netos, mantendo sempre presente a chama lusitana naquela família.

Devido a este papel de inserção e divulgação da cultura portuguesa no estrangeiro – que por muitas vezes é transmitido de geração em geração – que o legislador português privilegiou a pertença a uma associação/comunidade portuguesa na atribuição da nacionalidade a netos de portugueses.


No fundo, a ideia do legislador foi premiar aqueles descendentes que sempre mantiveram interesse em estarem inseridos numa instituição que divulga e fomenta a cultura, tradição e orgulho português. E por isso, a exigência que essa pertença date pelo menos de há 5 anos antes do pedido de nacionalidade.

Porém se este não é o seu caso não desespere, poderá sempre inscrever-se agora e ainda assim, acreditamos que o registo civil português irá ter tal inscrição em consideração. Nunca é tarde! 

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