Quais são os direitos dos homossexuais em Portugal?
Os tempos mudaram! E ainda bem!
Actualmente uma família não é, necessariamente,
composta por um pai, uma mãe e os filhos. Vemos famílias só com uma mãe ou só
com um pai ou com duas mães e dois pais.
Naturalmente que com esses novos
conceitos, surge a necessidade de legislá-los e é isso que temos visto a
acontecer.
Desde o dia 05
de Junho de 2010 é permitido aos casais homossexuais contraírem matrimónio em
Portugal.
E até hoje o
número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo ainda não parou de crescer.
No ano passado,
segundo os dados oficiais, houve 30% mais casamentos homossexuais do que em
2016.
Se pensarmos
que em 2017 tivemos aproximadamente 33 mil casamentos em Portugal e 1,6% foram
casamentos gays, é evidente a expressão
dos casamentos homossexuais no país.
Assim, cada vez é mais comum nos depararmos com casais homossexuais declarados, sendo oficialmente casados, e consequentemente, com os mesmos direitos e deveres conjugais dos casais heterossexuais.
Assim, cada vez é mais comum nos depararmos com casais homossexuais declarados, sendo oficialmente casados, e consequentemente, com os mesmos direitos e deveres conjugais dos casais heterossexuais.
Certamente a
legalização do casamento entre casais do mesmo sexo representou uma vitória do
Princípio da igualdade dos direitos sobre a discriminação, porém também deu azo
a uma série de críticas, uma vez que os casais homossexuais continuaram excluídos
do direito a adoptar.
Assim, depois de muita luta por parte da comunidade
gay, fortemente representada pela ILGA, foi aprovada - depois de 5 passagens
pelo Parlamento - a adopção plena por casais homossexuais.
Em 2016 Portugal entrou para a lista mundial dos poucos países que permitem a
adopção legal, independente da orientação sexual do casal.
E passados 2 anos, como está a ser na
prática, esta realidade?
Até agora, ainda não se tem
conhecimento de casais que tenham conseguido finalizar o processo de adopção e
a expectativa é de que os trâmites demorem cerca de 3 anos.
Mas essa morosidade calha a todos e
não só aos casais homossexuais, segundo a Segurança Social.
Ou seja, os candidatos gays estão a
ser avaliados juntamente com os casais heterossexuais, estando na mesma fila de
espera e sujeitos aos mesmos procedimentos.
A verdade é que em Portugal, a adopção
continua a ser um processo lento e burocrático, para quem quer que seja.
Os candidatos passam por várias
etapas, entre avaliação social e psicológica, formações, período de contacto entre
a família e a criança, avaliação da integração da criança e o pedido judicial
da adoção.
Portanto, não é de se estranhar que
ainda não haja casais homossexuais com o seu sonho concretizado.
Vale ressalvar, que com a possibilidade
legal de adopção, também se abriu a porta da co-adoção.
Ou seja, a criança que seja filho de
um apenas dos cônjuges, pode ser adoptada pelo outro cônjuge, passando a ser
filho comum do casal.
O processo é semelhante ao da adopção
e, consequentemente, tem a demora como inimigo. A seu favor tem o facto da criança
já estar a partilhar o tecto com os seus pais, o faz a espera muito mais
agradável.
A co-adopção também vem estabelecer a
filiação, no caso casais que recorrem no estrangeiro ao procedimento de “barriga
de aluguer”, relativamente ao cônjuge que não foi o dador do material genético
da criança.
Na nossa opinião, as vitórias
legislativas são um marco importantíssimo e fundamental para a igualdade dos
direitos, porém, ainda levará algum tempo para que haja, de facto, uma
imparcialidade genuína.
Queiramos ou não, vimos de uma
Sociedade em que nas últimas décadas, as relações entre pessoas do mesmo sexo
eram vistas de forma preconceituosa e os casais não tinham, minimamente,
reconhecidos os seus direitos civis por conta da sua orientação sexual.
Perante essas alterações, as novas
gerações crescerão a olhar para os homossexuais em pé de igualdade com os
heterossexuais e até terão dificuldade em acreditar que até no passado recente o
cenário era diferente.
Acreditamos que essa nova visão é que
trará uma sociedade igualitária, não só no papel, mas nas atitudes.
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