Expressões de Portugal


Não quer ficar a ver navios quando vem a Portugal? Então leia as frases mais caricatas que pode encontrar.





Então você está cá, chegou do Brasil a Portugal e veio cá para passear ou veio para ficar. De qualquer modo, é importante que perceba o que lhe estão a dizer quando ouvir frases mais “corriqueiras” ou provérbios típicos.
O que é típico ouvir por cá:
a)   À grande e à francesa;
b)   Rés-Vés Campo de Ourique;
c)   Rebeubéu pardais ao ninho;
d)   Como as obras de Santa Engrácia;
e)   Encher chouriços;
f)     Puxar a brasa à nossa sardinha;
g)   Ter ouvidos de tísico;
h)   Do tempo da Maria Cachucha;
i)     É trigo limpo farinha Amparo;
j)     Dar a volta ao bilhar grande;
k)   Espetar uma tanga;
l)     Estamos feitos ao bife;
m) Passar as passinhas do Algarve.

Algumas delas são engraçadas de ler e ouvir. Mas sabe o que significam?
Existem equivalentes no Brasil? Vamos explorar.

a)   À grande e à francesa: Significa que a pessoa mencionada vive uma vida rodeada de luxos e de ostentação. Este dito tem origem na vida luxuosa que Junot e os seus acompanhantes viviam na corte lisboeta aquando as invasões francesas em Portugal.
b)   Rés-Vés Campo de Ourique: Significa que uma situação passou por nós à tangente.
Ou seja, que nos “safámos por pouco” ou “foi por um fio”. Esta expressão começou a ser utilizada após o Grande Terramoto de Lisboa e sucessivo tsunami, que parou apenas na zona de Campo de Ourique em Lisboa, deixando esta zona intacta.
c)   Rebeubéu pardais ao ninho: Com esta expressão, as pessoas querem expressar grande alvoroço ou emoção.
E qual a lógica? os passarinhos de volta do ninho fazem muito barulho ao chilrear.
d)   Como as obras de Santa Engrácia: As pessoas utilizam esta expressão para se referirem a algo que provavelmente nunca acontecerá ou que demorará muito a acontecer.
A origem deste ditado está na demorada construção da Igreja de Santa Engrácia, onde hoje é o Panteão Nacional em Lisboa.
e) Encher chouriços: Para dizer a verdade esta expressão, em Portugal, significa ocupar o tempo “morto” – que por um imprevisto – ficou livre.
No Brasil a expressão também é utilizada mas com uma mudança substancial do tipo de enchido, a expressão refere-se a “linguiça” ;).
f)     Puxar a brasa à nossa sardinha: Esta expressão tão típica de Portugal, refere-se quando alguém procura algum bem para si ou pretende que a sua opinião prevaleça. A origem desta expressão pensa-se ser muito antiga, quando os pescadores dividiam pequenas casas com várias famílias e assavam as sardinhas que pescavam, puxando para si as brasas que simultaneamente eram utilizadas para a iluminação de todos.
g)   Ter ouvidos de tísico: No início do Séc. XX, muitos foram os jovens que contraíram tuberculose pulmonar.  Sendo que uma das principais características dessas pessoas, era serem portadoras de uma elevada capacidade auditiva. Por isso, ter ouvidos de tísico não é mais que ouvir super bem. No Brasil a expressão mais familiar é ter ouvido de tuberculoso.
h)  Do tempo da Maria Cachucha: Dizer que algo é do tempo da Maria Cachucha é dizer que algo é muito antigo. Cachucha era uma dança típica espanhola anterior ao séc. XIX.
i)     É trigo limpo farinha Amparo: Esta frase nasceu ao abrigo de um slogan de uma popular marca de farinhas portuguesas da década de 70. A expressão é associada a situações que se revelaram ou se resolveram com simplicidade e facilidade.
j)  Dar a volta ao bilhar grande: Esta expressão é super semelhante à expressão “não enche”, é do estilo vai chatear outra pessoa, vai-te embora e não me aborreças. Quanto à sua origem, ninguém sabe muito bem quem começou nem o motivo, mas veio para ficar.
k)   Espetar uma tanga: é dizer uma mentira.
l)  Estamos feitos ao bife: Semelhante à expressão “estamos fritos”, significa que estamos em apuros ou em dificuldades.
m) Passar as passinhas do Algarve: esta expresso﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽ressros ou em dificuldades.otivo, mas veio para ficar.de.uguesas da d Por isso, ter ouvidos de tão está associada à dor, sofrimento e constrangimento.
O Algarve é uma zona de Portugal conhecida pelos frutos secos, nomeadamente, a passa de uva. Porém, para se chegar a essa iguaria, a uva é sujeita a uma série de procedimentos agressivos que a transformam numa “passa”.

Isto é só um apanhado geral, provavelmente poderemos ter falhado nalguma análise ou comparação com expressões típicas do Brasil, por isso, convido os leitores a expressarem-se e se assim entenderem a contribuir para este texto e assim, descobrirmos e debatermos mais expressões.

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